sexta-feira, 11 de maio de 2007

'Seranito' com o Vitorino


'Seranito' ou um pequeno serão à boa maneira alentejana. Hoje. Mais um convite feito em cima da hora para um 'encontro' com canções e histórias (estórias?) à mistura para celebrar os 30 anos de carreira deste Senhor da música portuguesa no Teatro da Trindade.

Senti que era a única que dançava na cadeira mas não o pude evitar (nem quis). Melodias que me fizeram sonhar, letras que a minha mãe canta desde que me lembro e memórias não vividas de serões à lareira com petiscos e retalhos da vida do Vitorino.

Depois do encore o público desistiu de bater palmas assim que saíram do palco. Ainda tentei continuar mas, agora, ser a única dava mais nas vista. E eu sou tímida. Desculpa Vitorino. Desculpem músicos que o acompanharam. Se adianta saber, eu ainda estou a aplaudir.


Vão ver! Vale a pena. É Vitorino.


Deixo o 'Fado Alexandrino' com letra do António Lobo Antunes (as melhoras!) que não conhecia mas que tem tudo a ver comigo.

Amanhã chegaste à minha vida
e disseste bom dia e era noite lá fora
puseste-me na mesa o prato da comida
acenaste-me adeus e não te fostes embora

E como era manhã vestiste o meu pijama
tomaste um comprimido para dormir acordada
como era hora do almoço chamaste-me para a cama
como era hora da ceia bebeste-me ensonada

E quando temos frio aquecemos à lua as mãos
que penduramos na corda de secar
quando mais roupa trazes, mais eu te sinto nua
e quando mais te calas mais te sinto cantar.

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