segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Pequeno Manual Sobre o Amor (Parte X)

De Ser Quem Se É
«Ela sabia que ele vinha e fechou a tampa do detergente. Quando foi lavar a loiça, notou que a garrafa estava aberta. Fê-lo antes inconscientemente? Ou foi a maneira que ele teve para dizer que gostava dela tal como era?»
Talvez fosse ela a procurar uma mensagem de esperança, alguma coisa que lhe dissessse que valia a pena acreditar e que tinha as suas prioridades bem definidas. Ou talvez esperasse apenas um sinal para seguir em frente sem zigue-zagues sazonais.
E valerá a pena uma resposta clara? Um aniquilar total de esperanças? Valerá a pena viver amores sem acreditar que podem ser verdade? Que podem acontecer? Será preferível matar à nascença o brilho nos olhos, o bater do coração mais forte, a vontade de ver, de estar, as saudades e as dúvidas?
Claro que vale, Leitores. Chegam alturas em que os sentimentos se devem expôr mesmo correndo o risco de se perder um satélite de admiração e paixão. Há momentos de exaustão e baterias a carregar com a verdade, mesmo que esta possa doer a alguém - esta é a forma de permitir que se gaste tudo dentro de cada um e dar espaço a novas pilhas de energia que podem levar a outras realidades mais satisfatórias.
Mas no caso de dúvidas (ah! a dúvida divina), há que dar uma hipótese à certeza.
O jogo do gato e do rato faz sentido quando se sabe que o final será harmonioso. O rato provoca e foge, o gato ataca ou finge indiferença; o rato provoca e fica, o gato sorri ante o repasto.

2 comentários:

Rita. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rita. disse...

O jogo do gato e do rato permite fraquezas, permite esconder. A verdade não. A verdade implica coragem, muita. E é por isso que às vezes fugimos dela.