Nacional patriotismo ou o nacional futebolismo

Parece que chegou ao fim a euforia pela bandeira e pelos símbolos nacionais.
Entristeceu-me o uso desmedido e inapropriado da bandeira Portuguesa - a bandeira não deve tocar no chão jamais e, por favor, não a utilizem como toalha de piquenique nem como bandeja para jogos de cartas (ou outros quaisquer).
Irrita-me o português que diz continuamente mal do País, que faz os possíveis e impossíveis para produzir o menos possível (leia-se trabalhar só mesmo o que tem que ser), que louva tudo o que vem de fora e não tem o mínimo de brio para manter em bom andamento o País que é seu.
E, de repente, vindo não se sabe bem de onde mas presumo que seja o resultado de uma frustação constante e arrasadora com uma vidinha de m... cuja única satisfação é o jogo de futebol ganho à custa de quem perdeu, aparece este sentimento cíclico, de acordo com os campeonatos desportivos, de que Portugal é o maior. Mas só enquanto ganha.
Parece-me que se 'endeusam' os jogadores de futebol e que se lhes oferecem dádivas para os manter bem dispostos, como as discussões com os amigos e as tareias na mulher quando a equipa favorita perde. Ou as mariscadas e as palmas quando ganha. No primeiro caso, o amor transforma-se em ódio rapidamente. Os deuses adorados podem passar rapidamente a alvo de injúrias e recriminações.
Não os adorem nem os odeiem. Tratem-nos como profissionais que são. No nosso caso, pelos vistos, há profissionais melhores. Muito melhores. Muitos melhores.
E não limitem o País a um resultado obtido por pessoas que não são o expoente máximo de coisa nenhuma. Não abandonem o orgulho de ser Português porque - quantos jogadores? - não deram o seu melhor ou, se o deram, o seu melhor fica muito aquém do melhor dos outros. Organizem-se, lutem e produzam com o mesmo afinco com que discutem um jogo de futebol. Aproveitem toda essa energia patriótica para elevar Portugal com optimismo e preserverança a um excelente nível. Garanto-vos que farão mais pela Pátria que é vossa.